terça-feira, 30 de agosto de 2011

Por um sentido na vida

Paro em frente à cara do meu inimigo.
Ele também sou eu.
Assumo o confronto mais intuitivo
e nego-me tanto
quanto nego o
beijo
teu.

Sou minha mais perigosa armadilha,
pois sei tudo
de
mim.
Vivo, no entanto, não vivo;
só respondo, aguardando pelo
sim.

Respondo, simplesmente.
As palavras têm um fim;
Crio ações que medem
a razão,
e me envaideço por aquilo
que ofereci.
Nego-te, vaidade, tão purgante!
Nego-te do meu coração.
Valente é o homem
que mesmo em face da morte
segue
com
obstinação.

Oh mundo, imenso.
Por vezes, te acho poeira.
Como posso eu tão pequeno,
me achar tão denso e merecedor de verdades inteiras...
Vaidade, vaidade:
Entorno-te por libertação, pois
não há vida sem pecado,
e isso basta
ao homem
são.


Fabiano Martins

6 comentários:

  1. adorei o blog... estou seguindo...

    bjinho...

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  2. "Como posso eu tão pequeno,
    me achar tão denso e merecedor de verdades inteiras..."

    Somos assim, né... por mais indignos que reconheçamos ser.

    (Querido poeta, todos os poemas ofertados para o Aniversário do Flores e Flechas já foram publicados lá! Passa lá...)

    Beijão.

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  3. Somos mesmo nossa própria armadilha,
    mais ainda quando tentamos enganar a nós mesmos...

    Gosto muito do teu poema!

    Afetuoso abraço, Fabiano!

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  4. Samara,
    Obrigado. Seja bem-vinda!


    Mima,
    Seu blog ficou muito legal. Parabéns pela iniciativa. Obrigado pelo registro d´"À Rosa dos Mares"!


    Marlene,
    Obrigado pela tua atenção. Realmente, às vezes nós mesmos nos cegamos frente às coisas que não queremos ver.

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  5. "Sou minha mais perigosa armadilha,
    pois sei tudo
    de
    mim."

    (des)conhecimento perigoso este. ;)
    Teus versos são sempre um alimento para o meu dia,Fabiano!

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  6. Obrigado, Jaci. Teu incentivo também é alimento para mim.

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