O que aqui vejo
são mãos que se erguem
a implorar por espaço
e por tempo.
Pedir
simplesmente
para merecer
a sobrevida caminhada
à margem de tudo que está
à venda.
Sobra à vida,
a imagem formada
da figura alienada
que ultrapassa
a rua
para ter com os seus...
Meu Deus, repito, Meu Deus!
Já que tudo que se imagina
é precipício,
já que o berço da miséria
é o mais difícil.
Por que não tomar à força?
E, assim, poder
domar esta onça,
que, insistente,
violenta e atenta
ao descarte diário
do humano sem posses
Aonde estão teus olhos, mundo?
Que não vêem a dor do vagabundo.
Aonde estão tuas mãos, Terra?
Que não acodem as crianças esqueléticas.
Aonde está tua língua? Que não no coro
do discurso que blinda o poder
e faz multiplicar as favelas.
Fabiano Martins
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