segunda-feira, 15 de agosto de 2011

O beijo da rosa

O dia amanhece
e é sempre
assim:
alvorecer para fazer
chorar
e amar
por estares
em mim.
De ti, meu dia
depende.
É um dia usual.
Há nele a rotina
de uma dança
vacante
entre o bem
e entre o mal.
Mas acordo,
e ainda estou dormindo.
A manhã não chegará.
Avisto-me ao longe,
me despedindo,
com embargo
à face rubra
de chorar.
Desta madrugada,
apenas o desamor
restou;
fulgurou pelo meu caminho
como o espinho que a rosa criou
para furar os dedos de ladrões
ignorantes,
que não merecem
a primazia
de um revelador
beijo odorante.


Fabiano Martins

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