Dizem-me que não tenho motivos;
que estou perdido;
e que sou ingênuo.
Dizem-me que devo
ser
pequeno.
Mas contra todos os zumbidos,
e todas as moradas,
contra todos os conselhos
e coisas abnegadas,
resta apenas o sentimento que se tem.
Essa voz que fala comigo
aqui dentro
não me
faz copiar
moldes vazios,
quer viver sem o brio
do ouro de tolos
e do vintém.
Não, de verdade,
estou farto!
Não vou contar centavos,
nem quero dizer amém.
Devo perseguir
a coisa amada;
ver além da madrugada;
resgatar-me pelo bem.
Eu, reprimenda de conselhos,
repreendo meus desejos
e ensejos
de ser
alguém.
Fabiano Martins
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Entro aqui e não tenho vontade de sair.
ResponderExcluirPoema LINDO, intenso, de uma verdade tão minha...espelho meu!
vôo sonhado
ResponderExcluirda calçada
de pedra cal
alça vôo a caça
cauda lírica
- carcaça em arco estral -
náufraga
de cerradas escarpas
é couraça de cristal
que trinca na tarde
entremeada às traças
o branco do céu
em mantra nessa cortina
densa de (r)astros
se ergue
uma correnteza
de tramas
nos meandros da sombra
vertem fragrâncias de frascos
do ventre à vértebra
inerte que afronta
(re)pousa
ao revérbero dos olhos
onde rochas tremem
em trevas sentidos secretos
dos poros
- de espáduas amplas -
que bradas ?
se recusa já calva
no crepúsculo a tecer
traços (ex)traídos
da palavra ?
- o hálito -
em pó
sem asas
cumpre o hábito
ato pró-
digo - de quase estorvo -
estuar o último vôo
ao troar do corvo
tão só
Jaci,
ResponderExcluirvemos as coisas de forma parecida.
bjs