Sou duas pessoas em
uma.
Estou aqui para conhecer
a dor e sobrepujá-la.
Sou o que me diz
e o que me cala;
o astral radioso
de uma noite infinda;
um anjo torto e caído,
que brinda;
sou todo coração.
Seja no frio,
seja no verão,
aqui estou jogado
a leões domesticados,
que não sabem mais
o que é ser selvagem.
Um é dor, o outro é alegria.
Um é ator, o outro é confraria.
Um é andor e o outro é santo.
Não posso mais suportar
o peso de tanta gente
em mim.
Tem o que fui e o que
seria;
o que vi e o que
queria;
o que sou e o que me torno,
constantemente.
Estou sentado na janela do presente,
imaginando carros rasgando ruas
e luas atraídas por marés.
Vivo para tentar compreender
por que definho, a tomar
toda a verdade pelo
vinho; e sempre
à sorte estar à
mercê.
Fabiano Martins.
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Me ha encantado este poema.
ResponderExcluirYo también estoy sentada en la ventana del presente, escribiendo.
Vi um muito de mim nestes teus versos.
ResponderExcluirAdorei o seu espaço.
Com certeza, virei mais vezes, se for bem-vinda, é claro!
:D
Elisabeth,
ResponderExcluirObrigado por compartilhar tua impressão. Temos muito em comum.
Macabea de La Mancha,
Seja muito bem-vinda! Obrigado pela delicadeza das tuas palavras. Vou adorar te ver mais por aqui.
"Não posso mais suportar o peso de tanta gente em mim."
ResponderExcluirEste é um poema que define - ou tenta definir, posto a dificuldade do caso - o ser, em suas dualidades, ambiguidades, até. Acho que a melhor forma de compartilhá-lo como poema seria no "divã" da roda à fogueira em um lual à beira mar, onde o mundo se reuniria pra contar suas histórias - complexas, diversas, igualmente humanas.
(Porque gosto tanto daqui...)
Que cenário! Adorei
ResponderExcluirbjs
Definitivamente perfeito!
ResponderExcluirBeijinhos no coração!
Samara,
ResponderExcluirObrigado pelo carinho.
bjs