segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Sob o verso

Palavras demais
atrapalham,
se atalham pelo coração.
Desfazem a figura
tangida,
quando forma
em letras lhe dão.
As pessoas
se dão pelas ruas
baseando-se pela visão.
Há mais coisa
entre o chão e a
lua
do que pode
a humana razão.
No entato, eu percebo
a flor,
ela morre antes de nascer.
Acompanho
seu breve
fulgor,
resistente, a querer florescer.
Mas lhe extirpam a vida
amiúde,
como fazem às suas irmãs.
Sereis flores ou pisantes de gramas,
quando floricídios
arquitetam?
Mister
é
viver.
O resto é luzir.
Quereis mesmo morrer,
não preferis sorrir?
Quem sou eu que aqui falo
e como sou entendido?
Vos respondo:
estou, de fato,
por trás da palavra
escondido.


Fabiano Martins.

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