Tiros,
opróbrio do povo.
Força coercitiva
do Estado Novo.
Balas.
Velozes, atravessam;
em chamas, queimam;
alardeaim.
Bombas.
Oh, doce matemática!
Atômicas, iônicas...
Idiossincráticas.
Navios.
Furtivos, chegam e vão.
Em vão, os tiros
detêm a importação.
Banheiros públicos,
Sujos, ratoeiros.
Imundos bueiros
explodem.
Prostituição.
Salgadas e ásperas,
lisas ou não;
São rosas que se colhem
para qualquer situação.
Nudez,
Artífice da alma do poeta.
Há que se perder em desalinho
para enfim tê-la completa.
E nos quadros sucessivos,
e na repetição,
E nos suspiros idos,
E na insatisfação,
E da voz que te diz "continua!"
e da que te freia ao "não",
As mesmas verdades ecoam,
disfarçadas de ilusão.
Fabiano Martins
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Fiquei impressionada com a sua capacidade de juntar tudo numa coisa só. Das verdades disfarçadas de ilusões, você rodou o mundo e chegou na arte do poeta. É isso que chamo de poesia. Você escreve verdade com liberdade e autenticidade. Texto riquíssimo, Fabiano. Parabéns.
ResponderExcluirAbraço em ti.
Cada vez melhor, caro amigo. Muito bom!!!
ResponderExcluirBastante interessante e deveras criativo tudo que escreve, meu caro!! Meus parabéns. Beijos. Ótimo final de semana. Au revoir.
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