quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Gol

O que procuro é uma doença para minha cura.
Rechaço a hipótese loucura.
Prefiro uma bebida quente
Uma andança pela rua.
É assim.
É assim que é.
Procuro condescendente uma linha de conduta qualquer
Qualquer palavra boba,
qualquer consolo ou razão.
Procuro aquilo que o artilheiro busca na zona do agrião.
Uma sorte pura.
Uma bola que sobre para o atacante que sou,
sobre a linha da vida,
com a cabeça erguida
para o objeto que apita
indicar
o gol


Fabiano Martins

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Gasto

Sumiu
como a luz que quando acende brilha forte e se faz perceber
e que depois de um tempo acostuma-se a ela
e se faz desperceber.
Como um ruído uníssono,
como um sentido de querer,
que desaparece como vem
depois que se adquire o costume
de o ter.

Desapareceu
como a brasa que se tornou a cinza do cigarro apagado,
como o tecido que se esgarça com o tempo,
como a alegria que termina
no embargo.

Premente e notoriamente desapegado,
como o amor, 
outrora sentido,
outrora querido,
agora
acabado.


Fabiano Martins