terça-feira, 28 de novembro de 2017

Noturno

Enfrenta a noite escura,
de pecados consentidos:
seus sentidos são por mim sentidos;
meus desejos são olvidos.
Subtraído, não percebo o calor se dispersar.

Enfrento a noite fria
com o ardor de um poema áspero, 
que se prende à garganta,
e que por isso não se deve declamar.

Enfrenta a noite, amiga,
de celeumas confluídas,
de cabeças soerguidas,
e crianças adormecidas,
de palavras,
de insônias,
de vazão.


Fabiano Martins