quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Pais

Você quis me dar mão
por um caminho escuro; quis me proteger
e ser tudo,
quando o mundo lhe exigiu tanto.
Você lutou, para meu espanto,
com bravura e sem reticência.
E na sua ausência,
fui crescendo.
O amor que se dá ao mundo
nunca retorna tal qual achamos que deveria
ser.
A angústia e o incessante fazimento
são prerrogativas
para a vida florescer.
Sobre o amor, aprendi.
E sobre a importância de se dar a mão,
também.
Falou-me do quão preciosa
é a lealdade,
E longe manteve
os olhos de iniquidade.
Acontece que o amor
incondicional
é ponto de partida para o bem e para o mal,
E a busca incessante pela perfeição
pode tornar a obra
por demais inverossímil.

Alegria, orgulho e outros devaneios
que patriarcas antigos não têm mais,
agora ficam
como zumbido
ressoando no ouvido
dos novos pais...


Fabiano Martins.

3 comentários:

  1. Sua poesia me fez lembrar da música "Pais e filhos" de Legião Urbana e também da música "Como nossos pais" de Elis Regina. Acho que é um misto dos dois. Adorei!

    Beijos beijos. Au revoir :)

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  2. Oi.
    Como uma roda: tudo volta.

    Abraços.

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