quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Ingênuo

Diz-me que o pecado é uma
mentira inventada
por alguém,
e que mesmo
o próprio dinheiro pode não comprar
ninguém.
Diz-me com total segurança
que o que vale
é ter esperança
e
confiança
em outrém.
Faz-me crer de alguma forma
nesse mundo
onde moro e me confundo.
Onde sei que morrerei.
Lembro algumas falas
que eram tuas,
mutáveis
e tão cruas, como o
sol no alvorecer.
Duro muito tempo, até que duro.
Escondendo-me do futuro
que não sei
reconhecer.


Fabiano Martins.

7 comentários:

  1. Diz-me que eu não estou sonhando e que não é pura ilusão...ou me belisque com um pouco de realidade!
    Adorei Fabiano,lindo!
    Beijos e boa quinta

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  2. "Duro muito tempo, até que duro.
    Escondendo-me do futuro
    que não sei
    reconhecer."

    Interessante o joguinho com o mesmo termo. =)

    Agora, tu: dize-me que nunca esmorecerás, ainda que não reconheças o mundo no qual, um dia, morrerás! Dize-me que poeta serás - ainda que mortal. Dize-me que alegria terás, mesmo que não te conformes com a dureza da desesperança, com a incerteza de um lugar injusto, com a debilidade de um chão instável - e poeta estarás

    vivo - em paz.

    Um abraço carinhoso, querido poeta!

    Mima.

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  3. deu vontade de dizer-te...deu vontade de chorar, virar p o lado e pedir para alguém me falar desta crença antiga, tão verdadeira em mim.
    Lembrei de "Há tempos", do Renato Russo, e aí passou. Sorri sem ferrugem.

    "lá em casa tem um poço,mas a água é muito limpa...!"

    ...e acho que vou lá fora dizer isso a alguém...afinal de contas, preciso compartilhar este segredo! ;)

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  4. A simplicidade deste poema o torna grande, muito grande em conteúdo! O título sintetiza todo o texto, pois INGÊNUO seria acreditar que não existe mentira, que ninguém se vende por dinheiro, que a esperança é o que impulsiona as conquistas e que podemos crer nas pessoas. E o emaranhado das palavras, a disposição dos vocábulos estão realmente perfeitos...
    .
    Concordo com o comentário supracitado, de Jaci. O poema intertextualiza com algumas músicas e livros. Lembrei-me de Dom Quixote de Miguel de Cervantes e da música Dom Quixote de Humberto Gessinger da banda Engenheiros.
    .
    Adorei mesmo seus poemas!

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  5. Amanda,
    Seja bem-vinda!

    Mima,
    Nunca esmorecerei!
    bjs e obrigado

    Jaci,
    conta mesmo! Obrigado.

    Juliana,
    Adorei teu comentário. É muito bom saber que existem pessoas que se interessam pelas coisas não-materiais. Obrigado pela visita.
    bjs

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  6. simples e cheio de emoção!tbm seguindo-o, obrigada pela visitinha! abraços

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