sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Geração Y

Não sou bossa nova.
Tenho os preceitos
guardados
de uma geração esquecida.
Não, não sou apenas prosa.
Tenho poesia
e caminhada
que se transmitem feito coisa
escondida.
E, igualmente,
não sou exagerado.
Meço-me por algumas
atitudes altruístas
e nelas me disfarço.
Sim, tenho amado um bocado.
Fiz parte em camas levianas
e de amor transbordado em ódio
fui culpado.
Sim, sou fruto
impueril
da latitude dos trópicos e suas complicações.
Mas também sou da pátria
de cores vibrantes
que insiste em me querer
a seus pés.
Não pertenço mais
à classe transgênica,
entregue à ignorância.
E nem tampouco, posso furtar-me de dizer
que ainda sou criança,
mas sem a necessária inocência
a elas inerente.
Sou, sim, fruto das escolhas que fiz,
que foram apenas certezas
ratificadas pela cabeça
que encaixou estas palavras.
E por fim, reconheço em mim
o que há em "como nossos pais",
nossos erros e ídolos são os mesmos,
e o novo abstém-se no esquecimento
antes de ser reconhecido.


Fabiano Martins

Um comentário: