segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Interpessoal

Às vezes, há verdade
nas palavras.
Outras, só
vazio.
Em alguns dias,
minhas estradas
são verdadeiros terrenos
baldios -
quase sempre
de rotos caminhos.
Enfrento a dura peleja
em silêncio e sozinho.
Mas não seríamos
todos assim?
Hoje, nasço. Amanhã, morro.
Cabe-me um pequeno
pedaço desta ressurtida
janela, ao qual chamam
tempo.
Cabe-me poder
lhe dizer
que a única coisa que sei
é que
é preciso ter fé.
De outra forma,
não poderíamos lidar
com tanta violência gratuita
e cinismo.
Sei também
que às vezes,
nada pode ser mais
criativo
do que discutir
o existencialismo.
Mas, e daí?
Será que a poesia
é para cura, ou apenas
para alívio?
A poesia é o
paleativo do poeta,
que não pode matar
a fome dos outros,
nem usar de violência, e
nem falar em outro
nome,
que não seja o seu...
então, pronto!
não há como fugir
dessa condição
solitária
e reivindicativa
da reflexão.
Minhas palavras são
o meu desejo,
a minha visão,
o meu egoísmo.
Mas não seríamos
todos
assim?


Fabiano Martins.

11 comentários:

  1. "A poesia é o paleativo do poeta."

    Acho que esse poema merecia uma versão em voz. É cortante apenas escrito. Talvez em voz - ou me esmague ou me arremate de uma vez.

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  2. A propósito: passa lá e veja a pequena homenagem que fiz aos que me doaram poemas. Espero que goste.

    Beijo, querido poeta,

    Mima.

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  3. A vocação fala mais alto, a poesia quer se fazer presente na sua vida. Um abraço, Yayá.

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  4. Não é você quem escolhe a poesia. É o contrário. E se está sendo mal ou bem feita, pouco importa. É a expressão que, engasgada no nosso interior, faz-se mister em sair. As vezes cantada, noutras vomitada.

    Poesia é como uma escultura no mármore. Ela sempre esteve lá dentro, bastou tirar os excessos e torná-la bela e quase perfeita.

    Você esculpe bem, caro amigo de versos!

    Saudações tricolores!

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  5. Bem.. fiquei colada ao ecrã...LOL escreves fantasticamente bem, os meus parabéns.. já tens mais uma fã... continua!

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  6. Oi, Mima.
    Quando você menos esperar vou postar a versão falada! Obrigado pelo comentário, querida poetisa.
    bjs


    Yayá,
    É como uma voz que faz você tomar decisões que os outros não entendem.
    Obrigado pelo incentivo e por ler o blog.
    Abraço!


    Caro tricolor,
    Realmente, a poesia sempre existiu embaixo dos excessos. Não sei se te passa isso, mas, às vezes, me dá uma sensação de impotência frente as coisas que não posso mudar.
    Saudações alvinegras!
    Abraço

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  7. Carina,
    Obrigado. Espero te ver mais por aqui.
    Seja bem-vinda! Abraço.

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  8. OI FAMARTAN,

    A vida é mesmo assim, meu querido amigo.
    Baixar os braços, é que não.
    Bom feriado.

    Beijo de luz.

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  9. "De jeito maneira".
    Bom feriado e obrigado pelo comentário.
    bjs

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  10. Caro amigo, vai uma oração antiga como resposta...

    Concedei-me, Senhor,

    a serenidade para aceitar

    as coisas que eu não posso modificar;

    coragem para modificar aquelas que posso;

    e sabedoria para distinguir entre uma coisa e outra.

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