quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

14 de dezembro de 2005

Mudar
mudança
irreal
constante
porém
nem sempre

a vida é bela

olhou?
olhei!

viste flores?
eram flores na janela!

a vida é bela...

sentado a beira de um cais
pousa um menino voador
com olhos de bicho
olho negro
arisco
pousa um menino sobre o parapeito
e me disse qualquer coisa
sem desdizer
sem ter respeito
à minha idade

que personalidade!

menino venha cá, qual seu nome?
ele responde:
você

então sois eu?
não, sou você!

muito prazer!

indagado constirpado
perturbado
olhos negros do menino que era eu
a me impressionar
quanto fui
já pude até voar
era eu sim
com asas!
que beleza
a vida é bela
e o menino partiu?
se foi?
cadê?
alçou vôo alucinante entre mares e canções
entre amores desesperados
entre sangue e ilusões
tantas histórias
tantas histórias
mas me chega uma ruga, perdi as asas...
mas a vida é bela!
mas a vida é dela
a vida é delas
ai ai
se me perdi, as asas, cadê as asas? já as perdi...
ai que medo, que frio!
era um menino tão constante em ter aquilo
o que queria
queria eu ter asas!
mas as perdi
cadê as asas?
não posso tê-las perdido!


estive encontrando comigo
nessas tardes me descobri de vida bela
sem donzelas, mas com tantas
que nada querem me dizer
me descobri nas tardes ante aflito
q perigo
quem sou?


tinha asas, volto a repetir e te enjoar e a sorrir
era um menino
e sou
ainda
do menino
um pouco que restou


cadê os olhos negros
e a procura do filme de amor?
cadê a nuvem fulgurante, me pergunto cadê teus olhos?
eram negros
mas não como antes
eram negros mas já vividos
olhos de amores, amares, de virares as noites
em tempo quando
meu tempo perdido
cadê meu olho
está partido!


a vida é bela
a vida é bela...


Vem das flores o cheiro dos jardins
a mesma infância
se sou ainda,
sim,
ainda
sou
criança


mesmo que já tenha sido

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