quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

30 de maio de 2006

és despida
em despedida
nas mãos
nos suspiros
entre os dedos
és de ouvir nos ouvidos
adeuses
em plenos
epílogos
nos prólogos
nas continuações
nos meios
e no fim das
canções

és tantas
que chega sê-las
muito mais que todas elas
e no corpo coberto
de bordados
tem todas as cores da aquarela
me deixa de lado um sorriso
e por ele, sorriso jocoso,
é que eu vivo

entre meus olhos encharcados
encontra lugar
pra fazer-me um agrado
e nas já sem-razão
vezes
que fostes força a mover minhas mãos
tive certeza de me ver em confundido estado

Tuas madeixas
madeiras
e pontes
forjastes pra mim
no recanto de um corte
trouxeste e puseste jasmim

me deste prazer, muito além do que teu corpo poderia
me deixaste em ver, em poder
em crer e ser alegria

pois és,
pois sois tantas
tantas quanto posso, eu, abrigar
um séquito
em tolas divagações, nos andares
és contra-posta paz,
aos túmulos assaz assombrados
de outros olhares e corações

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