quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

3 de janeiro de 2006


hoje à noite estamos aí
nos botecos de ruas sujas e pedras portuguesas
no reduto do olhar alheio e sem beleza
no canto brindando de lado
com uma cerveja
preocupado por estar desocupado
estamos aí

hoje à noite tentamos fugir
corremos bêbados pela rua
tropeçamos nos lenços advindos da lua
caímos em bege e negro
face do tempo e do desespero

porém havia quem pedisse:
- diminua
e o sentido disso tudo era apenas estar
estávamos sóbrios, era dia
estávamos ao passo de um tremular

hoje, por hoje, estamos aí -
que ninguém tem nada com isso,
apenas eu e alguns amigos
brindamos o início rotineiro
da manhã de brilho passageiro
o fígado rotina trançado nas mãos
a porta da varanda
o arroz e o feijão
por que seria diferente
amar o subúrbio e ver um rosto contente?

de volta pra casa
estamos aí
andando solitários
na solicitude de mais um pedido negado
no fim da caça
objeto caçado
estamos tão longe de conseguir....
e tão perto de apenas ser
isso nos deixa um pouco temerosos
mesmo sabendo que não há nada a temer...

Nas noites pregados
estamos aí
Na juventude pragmática
estamos aí
No tempo Perdido
estamos aí
No que não faltou dizer
e deixamos fugir

hoje, por hoje,
estamos aí

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