quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

11 de novembro de 2005

está demais
uma vontade
que se assemelha,
sem maldade,
a uma aflição sem par

está demais querer te ver
e ter nos olhos
a luz do teu mirar,
contemplar castanhos
em ondas que fluem
transparentes à retina

Do ponto de te querer dizer
de uma parte de você
que só eu vejo
nas poucas que passo e quando

mas tanto
que me apego
a apelos
e em trazer vazios
de verdade
sem vontade
de mantê-los

ai quem me dera
me desses
uma palavra
e seria ruído
dos teus passos
para sempre
gravados
sem nem lembrar
que existi
por onde não estavas

ao que entrasses pela porta
sopraria o gosto de vento
e eu seria
teu contínuo prolongamento
prólogo
e contemplação de momento
astrólogo,
visionário

ao que parti de quererer
pra te querer e escrever
ainda mais
ao que parti de merecer
pra te, ao contrário, odiar
estando longe

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