terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Despatriado

Hoje não estive para a poesia,
preferi a chuva que invadiu a tarde
e transformou o dia.
Arde em mim a dor
de suas gotas ácidas,
o fulgor de suas nuvens ásperas,
o negror da minha própria estupidez.
Hoje não preferi poesia,
quis ter com a tarde
que trouxe cinza ao invés de dia.
Quis ter comigo
distante do teu vestígio,
saúde, espirro...
semblante de adeus.
Fui andarilho em linhas tortas,
em ruas rotas
sem ver o sol.
Não quis brincar de fazer versos,
preferi levá-los a sério
e questionar o universo.
Não quis falar coisas boas,
nem trazer a verdade reluzente em prata.
Quis saber-me pequenino,
menino, sem ouro e sem
pátria.


Fabiano Martins

7 comentários:

  1. Ah , tem dias que também estou assim ''despatriada. aaaamei seu blog,coisas agradaveis para ler, muito bom. to seguindo..
    Parabéns. se puder , passa lá, vai ser adorável sua presença!

    www.spiderwebs.tk

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  2. Apenas humanos - é o que somos! Deve-se permitir toda a falta de poesia quando o sentimento acinzenta o dia de sol.

    E isso também não é poesia? O se é!

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  3. Valeu pela visita silenciosa no Sedimentos... vim conhecer seus versos e gostei.
    Felicidades.
    Um beijo carinhoso.

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  4. Há dias em que requer estar-se despojado...
    É como caminhar na areia da praia, descalço, sem rumo, sem tempo prá voltar.
    Beijos,

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  5. Sabrina,
    Tem dias...

    Lucas,
    Simples assim... feito poesia...

    Teca,
    Gostei do blog!
    bjs

    Cores,
    Adoro andar na areia!
    bjs

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  6. Existem dias assim, cinzas no viver.Parabéns.

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  7. Obrigado pelo comentário, Arnoldo.
    Abraço

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