sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Maquinal mente

Tudo nasce natural,
mesmo a coisa etérea.
Há a vaidade de Ser agora,
e a depressão de quem
Era.

Tudo nasce confuso,
caos inexplicável.
Será que faremos algum dia uso
de um sentimento palpável?
Ah, quanta besteira invade minha cabeça
e me põe a pensar...
As coisas de um modo ou de outro
irão se desmaterializar.
Entretanto, contas chegam.
Não vou mais filosofar.
Sei que não há tempo mas envelheço,
isto significa que na minha realidade
tempo há.
Ao que chegamos à idade mais avançada,
e de lá nos sobra quase nada,
apenas resguardo financeiro grande ou pequeno
e filosofia barata.

Eu verso distante, dentro de um bueiro.
Quero explodir a cada instante,
ao que só assim serei verdadeiro.
Não devo me acabar de tristeza no banheiro
com o gás ligado e a chama apagada,
repleto pelo odor característico
e pensamentos sobre a vida derramada.

Não hei de ser alvo
do mundo -
Nesta vida entregue à sorte.
Assumo meu papel neste teatro,
ora corrosivo, ora suporte.

Não, não... não há nada.
Repito sempre a mesma bravata.
Amanhã é dia de trabalho e ao pescoço
laço gravata.


Fabiano Martins

2 comentários:

  1. É! Fabiano, vc escreve bem pra caramba! Parabéns!E estou aqui, trabalhando com a mesma bravata, dando nó no laço de minha gravata. Abraços!

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  2. FelisJunior,
    Obrigado, amigo. É preciso ajustar esse nó para que não se torne sufocante.
    Abraço

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