sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Café

Quando me sento à mesa
sei que não há nada
além do café
em minha frente.
Pego a xícara pela alça
e pela sede
bebo à vida.
Sei que do café
e do seu pó negro,
haverá um fator
químico que me fará
beirar o exagero.
Minhas pupilas se dilatam.
É o mundo iluminando novos caminhos.
Estou na decorrência
de um altivo e parcimonioso
discurso factível.
Nos jornais, leio as matérias plantadas.
Não formo opinião,
ao que não entendo nada.
Quero evitar sensacionalismos - não possuo
melindres de nacionalismo;
não tenho pátria.
Ando pelas ruas da cidade.
Uso apenas as pernas para este fim.
Minha cabeça mantém-me afastado
do atrito osso-a-osso,
que se afeita à carne
e gera autonomia ao corpo.
Minha cabeça voa em frações de tempo
incontáveis. Estou sempre só
no meio desta multidão altiva
e misturada.
Estou só a definir odores
e classificar pessoas
em boas, más,
aproveitadoras
ou nada.
Enterro minha cabeça nas nuvens
quando tomo café.
A viagem pareceu-me um tanto lúgubre,
vindo a pé: recusei a folha do menino de rua
e não cedi à tentação de comprar
um doce.
Não fumo cigarro há tanto tempo
e hoje, do nada,
senti seu gosto agridoce.
Não há razão que não a de apenas estar.
Os românticos querem chorar.
Eu quero gritar, pois não compreendo
quase nada.


Fabiano Martins

14 comentários:

  1. La famosa magdalena untada en té le hizo escribir siete libros a Proust.
    Bebe mucho café, Fabiano.

    ¡Yo voy a tomarme un café ahora mismo!
    Para no dormirme.

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  2. Salve a cafeína!
    Obrigado, Elisabeth!

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  3. faço das suas palavras, as minhas. caféééé! :))) parabéns pelo texto. um cheiro!

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  4. Adorei o poema, assim como também sou louca por café rsrs

    Um abraço amigo e um ótimo fim de semana xD

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  5. Simone,
    Obrigado pela visita.
    Gosto muito de café. Sempre puro!
    Abraço

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  6. Hummm !! preciso de um agoraaa
    Urgente
    Bjim***

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  7. Eu não tomo café, mas adoro sentir o cheiro forte do líquido quente que acorda os corpos e, por que não, embriaga a alma...

    Sua poesia tem cheiro de café.

    Abraço.

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  8. Minha noiva vive dizendo que não devo tomar café. kkk.
    Maravilhoso, amigo.
    *********************************************

    Está acontecendo um problema em meu blogger. Minha atualizações não aparecem aos meus amigos seguidores. Portanto, para mantê-los informados preciso do e-mail. Assim, se caso puderes dar-me , terei como deixá-lo, sempre, informado. Ok.
    segue: maxwellset@yahoo.es

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  9. Aunque prefiero el mate, el olor y el sabor del cafe es algo maravilloso, con tu entrada. Un abrazo

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  10. Todo poema é como um gole de café amargo. Se bem sentido o seu gosto, nos tiram o sono.Não é mesmo,amigo poeta?

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  11. solitário na mesa da cozinha
    o melhor momento do dia
    sente o fumegante líquido
    descer pela sua garganta
    mas tudo hoje é insípido
    não há café que o levanta


    abço

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  12. Vanessa,
    Um brinde!

    Macabea de La Mancha,
    Adoro o cheiro do café tb.
    Obrigado!

    Maxwell,
    Obrigado. Passarei no seu blog.
    Abraço

    Lapisazuli,
    Gosto muito de mate também.
    Obrigado pelo comentário.
    Um abraço

    Marcell,
    Descição perfeita!
    Abraço

    Nicast,
    Obrigado por trazer estes versos.
    A cafeína às vezes é ingrata.

    Fred,
    Sim, todo dia! Pelo menos três vezes.
    Abraço

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