quarta-feira, 18 de abril de 2012

Do pensamento anárquico

Se te pedem o troco na rua,
dê tudo que tens.
A divisão nesse mundo é injusta,
não te custa custear alguém.

Mesmo que esta intenção legitime
a bebedeira inveterada de outrém.

Qual razão para viver é a mais sublime -
e quem sou eu para responder...
e você é quem?

Se te pedem algo na rua,
dê mesmo que vá te faltar.
Há verdade na água da chuva,
mas não em se negacear.

A carteira repleta é ilusão,
preenchê-la a qualquer preço,
irremediavelmente,
levará à perdição.

Não te locupletes
de coisas vazias: compras, cabelos, companhias..
Ora, o que te faz superior a alguém?
Mesmo o mendigo que às tramas se lança,
em tanta armadilha e tanta intenção,
é um homem - também um bicho, -
a qual o outro não estende a mão.

Por isso, te peço que does
o que lhe permitir o ego,
sem ter demasiada vaidade
pelo seu desapego.

Palavras eu entrego
a quem as quiser portar.
Não sou capataz do dinheiro,
pois que este é um meio matreiro
de fazer o amor faltar.


Fabiano Martins.

6 comentários:

  1. "Verdades! Que a felicidade não dependa do tempo, nem do dinheiro, nem da aparência. Que possa fluir, de dentro pra fora, de cada um de nós, para todos nós!"

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  2. Fabiano...gostei das suas palavras "nada custa custear alguém"... Se não formos egoístas, se soubermos doar o que nos excede e até o que nos falta, seremos capazes de compreender que todos nós precisamos apenas de um pouco de generosidade...
    Volto mais vezes para ler seus poemas!
    Um beijo!

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