Plim - tal e qual o som do silêncio.
Natural e frugal, como a brisa.
Plim. Formou-se a coisa anencéfala e invertebrada
em vértebras - fossa cefálica.
Plim. Abriu com o corpo autônomo caminho.
Não sabia que existia.
Sentia. Grunia.
Falou.
Sentia, queria.
E o desejo por bem estar o fez querer mais.
E o medo de se abastar o fez sofrer.
Plim. Ambiguidade.
Nascia o ser que construiria cidades.
E seguiu abrindo caminhos,
e seguiu nunca e sempre
sozinho.
E seguiu, entre alguns que se esqueciam.
Entre outros, que lembravam -
em progressão positiva e má,
sob o mote da aventura,
para justificar minha existência.
E seguiu em nome do pai.
Em razão de estar aqui.
E quis sofrer e desejou não ver.
E foi, sobretudo, condescendente.
Para frente.
Para frente.
Sobretudo, crente.
Mesmo descrente, levianamente.
Bondosamente.
Conveniente.
E morriam e nasciam.
E justicavam... ah, como justificavam!
E morriam e nasciam.
E amavam - como amavam!
E morriam e nasciam.
E odiavam - sim, odiavam!
E queriam e falavam...
se esbarravam, guerreavam.
E morriam e nasciam.
Trabalhavam. Discordavam.
E nasciam e morriam.
Socorriam. Suspiravam.
E doíam-lhes os músculos, que pululavam e saltitavam.
Mas nada doía mais do que existir
e consentir que não sabiam,
mas estavam.
Nada doía mais do que saber
que não sabiam,
mas que morreriam e nasceriam.
Fabiano Martins
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