Guardo meus versos
os conservo
guardo-os na estima
de uma labuta inestimável
São tudo
o que importa
do trabalho suado
que lhes suporta
das horas na rua
a perscrutar o pão
Guardados meus versos
cintilam
São relatos
como fazem os que sentiram
o maré moto dar
à praia
feito onda que tudo carrega
Ponho os versos
embaixo do braço
dentro do meu coração
Sei que depois que eu morrer,
por mim, ainda viverão
Meus versos
tímidos
gritantes
Às vezes rimados num compasso meticuloso
outras, em tom livre e jocoso
Formam conjecturas
para folgar a dor com lisura
frente a qualquer foda-se que se possa dar
São escapes
e fuga
São reflexões e desconjunturas
Por onde aprendo a caminhar todo dia
Os quais conservo por serem de mim
a parcela contributiva, dízimo, oferta
ao mundo
Fabiano Martins
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