sexta-feira, 6 de maio de 2011

Adiantamento

De que adianta discutir gosto
Discutir indisposto
E negar a negação?

De que adianta
um pleonasmo
um pleonasmo
um pleonasmo

de nada.

Vai, me diz
De que adianta
ter engasgos
Padecer impávido
Esquecer-se ávido,
pela grana,
de tudo que deve constar na biografia
humana

De que adianta
esperar parado à porta
com olhar colado
à reta torta do horizonte?
De nada adianta. Pois na inércia não se faz ponte
para os neurônios
estabelecerem contato.

Serei eu um demônio por dizer isso, um rato?
Ou subversivo,
quando verso e ninguém compreende o que digo?

De que adianta
continuar a bater palmas
para um mundo
que aplaude
quem às mãos traz armas?

De que adianta viver
se não for para colaborar,
trazer uma parcela produtiva,
não necessariamente crer
no sistema de respostas evasivas,
Mas voluntariamente
viver em tudo que traz frescor
Aos olhos de cor
Aos olhos sem cor
Aos olhos
colados
no horizonte.


Fabiano Martins.

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