sexta-feira, 18 de março de 2011

Andança

Escrevo e encarno
a dialética que em minha cabeça
compus.
Minha mente é colcha de retalho
onde não sei
qual palavra propus
pra definir melhor o cenário,
que só meus olhos podem ver.
Dentro das conexões escondidas,
reflexões sobre ter e querer.

A ótica minha é pessoal,
luta que travo contra ninguém
Sou avesso a elogios perigosos
e nunca demonstro o meu desdém
Me atém dizer que preciso mudar
e sempre penso nisso
assim:
mudar é preciso pois
acomodar seria a morte pra
mim

Por isso vou pela rua
rezando a Deus a sorte que é tua
Rangendo os dentes, batendo os meus pés.
Viés
prorrogado da tristeza nua.
Com profundo sorriso e um bonito retrato.
construo o meu viço
baseado em atalhos.

Corro então para sorte,
abro meus braços assim.
Falo comigo presente
e nunca falo de fim.
Nas conversas apenas palavras
constituem meu camihar.
Ando nu pelo inverno alto
para poder me orgulhar.

E orgulhoso me sinto jocoso,
sou o mesmo que tentei não ser...
Sê a boca, a coisa mais doce, peço,
e dê-me algo para beber.

Minha vida eu construo
sempre depois das seis.
Meu barato de andar mudo
não muda o que impus como minhas leis,
mesmo não sendo normativista
e passando longe de cartas sinceras de amor.
Te mostro o que há nos retalhos,
compartilho contigo esta dor.


Fabiano Martins.

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