sábado, 31 de março de 2012

Ventania

Venta.
Pelas montanhas onde põe-se o sol,
pelos aterros com carros apressados,
por entre desterros
e amores fadados.

O vaticínio do vento que entra no galpão vazio -
pela escuridão e pela noite trazendo frio -
é infortúnio e vida;
é para a lavra aguerrida,
como a fava aferida
na saga vivida.

Continental.

O vento move partículas,
desfaz montanhas,
desmede medidas.
Nele, ouço, passo e sinto;
Morro, caibo e minto.
Sou o que posso e o que não posso também.

Respeito o vento como oração,
verborragia
e amém.

E ele me grita aos domingos,
aos sábados perdidos,
aos grandes amigos.
Nos ouvidos,
nos olvidos.


Fabiano Martins

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