sexta-feira, 8 de abril de 2011

Invisível

Não se sabe quem é poeta
Disfarçados de mendigos eles passam
honrando com afinco
o destino que o próprio Deus
lhes deu
Eles ambulam
pelas cidades
lavando carros
e catando do chão
cigarros
Os homens mais simples
são poetas
os bêbados
também o são
São igualmente profetas, os bêbados
de bares escuros
Os anjos os protegem
da morte
e sua sorte
é levar até o fim
das consequências
O desejo de poesia
Longe da rispidez midiática
dos pokemons
Longe dos vários holofotes
ligados lá
Solitários
Tristes
Presos
omissos
Poetas do mundo
invisíveis
que fazem sua vida
em meio a feiúra
e acham beleza no sofrimento
que lhes apura
a forma
e enche de significado
o que dizem
Pois é na carne própria que se cortam,
e das das suas entranhas que nasce
o que é verdadeiro.

Fabiano Martins.

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