quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Insônia

A alma coberta por absurdos negros
Ida na noite em direção à janela
Aberta do desejo
Todo delírio da cura tua pra dor antiga
mas nada atenua e só fadiga
a alma que deixo,
que abandono
me irrita
nunca perfeito, sou nunca perfeito
sou só no seu peito, madrugada
deixa que a lua abençoe os deuses,
minha amada
somos nada, por nada
sou boca, dor armada
armas de fogo apontadas pro caos
que mais dizer que não
Adeus...
Nesse meio azul perco-me de meu Deus
Peço pra me acharem na folia
ao final da madrugada
que se extinguia
como o fogo em meu coração
na noite que se ia em vão
Deixo-me perdido, nu, despido
confidencio à livre penitência
como que incorporando por ato de auxílio
perco-me na confidência
O amor da juventude que te dei
À sorte, pura sorte, me joguei
Teus braços, meu insensato sabor
Melhor dizer não ao amor
E continuar à noite, na morte nua
De cada amanhã
Tentar manter a lembrança, mais nada
Pra não morrer de amor
Hei de esquecer a coisa amada

Fabiano Martins

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