Ah! minha mão que não quer machucar...
o que há de errado, mão,
por que não te pões de punho cerrado
a querer trucidar?
Pois se te espero mover,
apenas escreves,
digitas, sei lá...
Por que não estrangulas, esganas, matas
ou feres para que assim eu possa
Ganhar?
Oh, minha mão pacífica
ocupada em acariciar
Por que não feres, machucas, matas
para que assim eu consiga um lugar?
Por que não te ocupas em montar armas,
em vestir luvas,
ou usar facas?
Por que preferes o friso da pena
do que a sentença que executa
o fim da vida de outrem?
Por que não te pões a pingar cicuta
ao invés de ter em permuta
a honra de nada lograr?
Pois à mão
não soma nada
De unhas cortadas
não pode arranhar
E por ser estreito o caminho em seus meios
quer ter por recheio
a maciez de um seio para apertar
Fazer curar a lágrima
que escorre e
recorre em querer magoar
Alisar cochas morenas, lábios rosados
e outras mãos que lhe ofertem o pouco
que em tudo há de ficar.
Fabiano Martins.
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