quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Desterrados

Onde moram
os desterrados
já sem pena
por morar
Aonde oram, os
excomungados
que da hóstia
se porão a jejuar
Quando e onde
porque e porém
Foz que traz à tona
voz
que fala a ninguém
Exala o mesmo cheiro
de curtume
que em teu quintal haverá
como resquício dos velhos
costumes
que põe os irmãos
a se apartar
"Me dê a mão", ela dirá
"enfrente o mundo, pois a pouco eu o vi acabar"
E como o carro em chamas
na avenida com nome Brasil
há de haver ordem plana
para o inferno fazer-se em tom viril
dos chamados sem terra e direito
a quem nunca irei defender
Tampouco posso acusar
A quem é negado o pão
é dado o perdão pelo sétimo mandamento
derramar
A dor dos outros, que te vale?
Isso é inoperância
fechar os olhos e desejar morte a tudo
é tudo o que pode prover a ignorância
E mais, deve-se pensar sem valer aparência
desejar que tudo exploda
é querer ter pra si esta falência,
pois na ciência não se explica
não é resignação
É modo novo de ver o mundo
é fazer valer a palavra irmão.


Fabiano Martins

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