No final, estão entrincheirados no alto da montanha
entre os aviões que simbolizam um revoar de bombas iminente
sobre os corpos imóveis, escondidos entre as carcaças
de cavalos mortos.
O que pensam se aguardam a morte?
Se aguardam a morte pensam nela.
Um jeito resignado, apaixonado pela revolução,
abafa o medo latente.
O sangue ainda pulsa, "então leva contigo ao menos uma alma",
mas atirar agora seria denunciar a localização,
ao passo que não fazer nada é ao mesmo tempo
sufocante e reflexo de uma outra forma de resignação.
As bombas caem como chuva. Esta é a guerra:
As ideologias contrapostas,
postas à prova da força,
da medida desigual,
da barbárie.
Ordem, ordem... não há ordem nas montanhas,
há dor e abandono...
de certeza acumuladas sob os sóis das incontáveis manhãs,
de palavras apinhadas,
salpicadas pelo afã de um medo inconsútil - sem início, sem final.
Ordem?
Não há ordem nas montanhas,
onde nos falam da luta contra o fascismo e da revolução.
Ordem imposta com saliva e sangue
bem-sucedida pelo coração vítima das bombas.
Ordem,
dura ordem plana;
humana.
Fabiano Martins
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Se existe ordem, não seremos nós que iremos aplicar, muito menos durante a guerra...
ResponderExcluirMuito bom Fabiano...
Abraço do Felipe...
Não há ordem nas montanhas, será? Ótima reflexão em palavras quase cantadas
ResponderExcluirObrigado pelo comentário e pela reflexão, Felipe.
ResponderExcluirAbraço
Vampira,
Obrigado pelas palavras.
Adorei, e muitas são as ordens e seus uniformes, parabéns.
ResponderExcluirObrigado, Julio!
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