Onde moram
os desterrados
já sem pena
por morar
Aonde oram, os
excomungados
que da hóstia
se porão a jejuar
Quando e onde
porque e porém
Foz que traz à tona
voz
que fala a ninguém
Exala o mesmo cheiro
de curtume
que em teu quintal haverá
como resquício dos velhos
costumes
que põe os irmãos
a se apartar
"Me dê a mão", ela dirá
"enfrente o mundo, pois a pouco eu o vi acabar"
E como o carro em chamas
na avenida com nome Brasil
há de haver ordem plana
para o inferno fazer-se em tom viril
dos chamados sem terra e direito
a quem nunca irei defender
Tampouco posso acusar
A quem é negado o pão
é dado o perdão pelo sétimo mandamento
derramar
A dor dos outros, que te vale?
Isso é inoperância
fechar os olhos e desejar morte a tudo
é tudo o que pode prover a ignorância
E mais, deve-se pensar sem valer aparência
desejar que tudo exploda
é querer ter pra si esta falência,
pois na ciência não se explica
não é resignação
É modo novo de ver o mundo
é fazer valer a palavra irmão.
Fabiano Martins
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Falenas
Ver é ter nos olhos
Como ser o beijo em que me molho
É andar na relva resguardada da sua língua
Sentir é ter na pele
e na cabeça consentir o toque
Grafia são teus escritos
guardados feito fotos
Meus são os seus
e no futuro hão de sempre ser nossos
Mas teus vinte não andaram por mim
e eu já vi
não vivi nem sinal
do seu amadurecer
Sei que dar adeus de tempo em tempo
é condição para se perder
Lembrar é ser lá dentro
como o cheiro que exala relembra
vendo as borboletas da cidade
hei de lhes dizer:
Voai, Falenas!
Fabiano Martins
Como ser o beijo em que me molho
É andar na relva resguardada da sua língua
Sentir é ter na pele
e na cabeça consentir o toque
Grafia são teus escritos
guardados feito fotos
Meus são os seus
e no futuro hão de sempre ser nossos
Mas teus vinte não andaram por mim
e eu já vi
não vivi nem sinal
do seu amadurecer
Sei que dar adeus de tempo em tempo
é condição para se perder
Lembrar é ser lá dentro
como o cheiro que exala relembra
vendo as borboletas da cidade
hei de lhes dizer:
Voai, Falenas!
Fabiano Martins
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Ode à Alegria
Ó, amigos, mudemos de tom!
Entoemos algo mais prazeroso
E mais alegre!
Alegria, formosa centelha divina,
Filha do Elíseo,
Ébrios de fogo entramos
Em teu santuário celeste!
Tua magia volta a unir
O que o costume rigorosamente dividiu.
Todos os homens se irmanam
Ali onde teu doce vôo se detém.
Quem já conseguiu o maior tesouro
De ser o amigo de um amigo,
Quem já conquistou uma mulher amável
Rejubile-se conosco!
Sim, mesmo se alguém conquistar apenas uma alma,
Uma única em todo o mundo.
Mas aquele que falhou nisso
Que fique chorando sozinho!
Alegria bebem todos os seres
No seio da Natureza:
Todos os bons, todos os maus,
Seguem seu rastro de rosas.
Ela nos deu beijos e vinho e
Um amigo leal até a morte;
Deu força para a vida aos mais humildes
E ao querubim que se ergue diante de Deus!
Alegremente, como seus sóis voem
Através do esplêndido espaço celeste
Se expressem, irmãos, em seus caminhos,
Alegremente como o herói diante da vitória.
Abracem-se milhões!
Enviem este beijo para todo o mundo!
Irmãos, além do céu estrelado
Mora um Pai Amado.
Milhões se deprimem diante Dele?
Mundo, você percebe seu Criador?
Procure-o mais acima do Céu estrelado!
Sobre as estrelas onde Ele mora!
Johann Christoph Friedrich von Schiller
Entoemos algo mais prazeroso
E mais alegre!
Alegria, formosa centelha divina,
Filha do Elíseo,
Ébrios de fogo entramos
Em teu santuário celeste!
Tua magia volta a unir
O que o costume rigorosamente dividiu.
Todos os homens se irmanam
Ali onde teu doce vôo se detém.
Quem já conseguiu o maior tesouro
De ser o amigo de um amigo,
Quem já conquistou uma mulher amável
Rejubile-se conosco!
Sim, mesmo se alguém conquistar apenas uma alma,
Uma única em todo o mundo.
Mas aquele que falhou nisso
Que fique chorando sozinho!
Alegria bebem todos os seres
No seio da Natureza:
Todos os bons, todos os maus,
Seguem seu rastro de rosas.
Ela nos deu beijos e vinho e
Um amigo leal até a morte;
Deu força para a vida aos mais humildes
E ao querubim que se ergue diante de Deus!
Alegremente, como seus sóis voem
Através do esplêndido espaço celeste
Se expressem, irmãos, em seus caminhos,
Alegremente como o herói diante da vitória.
Abracem-se milhões!
Enviem este beijo para todo o mundo!
Irmãos, além do céu estrelado
Mora um Pai Amado.
Milhões se deprimem diante Dele?
Mundo, você percebe seu Criador?
Procure-o mais acima do Céu estrelado!
Sobre as estrelas onde Ele mora!
Johann Christoph Friedrich von Schiller
sábado, 13 de novembro de 2010
Não dizer Não
Se quiser falar de amor
venha andar de madrugada
quando o peito encerra a dor
e vê a lua engajada
É no céu que vejo o teu suplício
como um choro à porta do hospício
com um grito engasgado querendo sair,
que tem verdade, tem pureza, mas que pode não vir
E assim, seguir engasgando
esperando pelo momento do ataque
Para enfim desterrar a esperança
e desferrolhar-se em válvulas de escape
Venha andar a pé
num caminho que difere ao que escolheu
sou humano e por vezes me defino:
tornei-me homem, mas não sou só eu
Quem quiser se transtonar
deve querer a si
tudo explicar
Nego isto. Já é passado...
posso agora me acalmar
Amanhã e depois
colho o logro que sobrou.
Em ser do tempo o que é fugaz
me ocupo
em ser da obra o escritor
Sei que de desejo posso morrer
mas que não seja em sofreguidão
posto que a vida são só dois dias
já me demoro a não dizer não
Fabiano Martins
venha andar de madrugada
quando o peito encerra a dor
e vê a lua engajada
É no céu que vejo o teu suplício
como um choro à porta do hospício
com um grito engasgado querendo sair,
que tem verdade, tem pureza, mas que pode não vir
E assim, seguir engasgando
esperando pelo momento do ataque
Para enfim desterrar a esperança
e desferrolhar-se em válvulas de escape
Venha andar a pé
num caminho que difere ao que escolheu
sou humano e por vezes me defino:
tornei-me homem, mas não sou só eu
Quem quiser se transtonar
deve querer a si
tudo explicar
Nego isto. Já é passado...
posso agora me acalmar
Amanhã e depois
colho o logro que sobrou.
Em ser do tempo o que é fugaz
me ocupo
em ser da obra o escritor
Sei que de desejo posso morrer
mas que não seja em sofreguidão
posto que a vida são só dois dias
já me demoro a não dizer não
Fabiano Martins
Infinito
Verdade é consequência
Tempo paciência
Em resumo
todos queremos aparecer
ser mais
em resumo
todos queremos paz
e mais
e deste modo
vamos juntos nos perder
junto à indiferença ocasional
a parca dor
de se envolver
nas cenas humilhantes
com os nossos semelhantes
Por isso
hei de me perder
e na perdição encontrar
lugar
Olha, meu bem, o infinito
é lá onde eu quero morar
Fabiano Martins
Tempo paciência
Em resumo
todos queremos aparecer
ser mais
em resumo
todos queremos paz
e mais
e deste modo
vamos juntos nos perder
junto à indiferença ocasional
a parca dor
de se envolver
nas cenas humilhantes
com os nossos semelhantes
Por isso
hei de me perder
e na perdição encontrar
lugar
Olha, meu bem, o infinito
é lá onde eu quero morar
Fabiano Martins
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Aprender
Com a mesma sensação
do jovem Raskólnikov
com o evangelho na mão
com a exata compreensão
de que os crimes não são em vão
Com o mesmo ímpeto
on the road
para ir pra onde quiser
Com a mesma vontade
de fazer da Tristessa
sua mulher
Um jovem nômade
pôs-se a não se publicar
a guardar para si
os romances inverossímeis
que produzia
em contra partida a tudo que lera
e ouvira
Tinha o mesmo desejo
de Rodka
com a machadinha na mão
Queria se apaixonar por quem vende o corpo
sem nunca ter comprado nada para si
sem nunca ter provado
o humano elixir
Para assim apenas coexistir
Desejava o que lhe pulsava
tal qual Napoleão na Rússia
tal qual a sofreguidão de Bismark na Prússia
ou de Sun Tzu ao amanhecer
Ter o sol pela metade,
é saber parte da verdade e preferir não dizer
É conhecer o caminho mais difícil
onde não lhe açoite o medo de morrer,
Fechar os olhos é impossível,
mas talvez a única opção
posto que a condição humana é dura
tudo está cirscunspecção
Posto que não te queres matar
e disso tudo mais,
sobrará para quem amou a vida livremente
um dia, como Svidrigáilov, subitamente
a deixar para trás
Mas não se assuma mau assim
Pois o trem de raul
toma lugar enfim
e para sempre nos leva
afinando ouvidos
levando reservas
Assente calmo a visão que lhe dá
- Pode ser o lusco-fusco fugaz
o que na vida lhe dará lugar -
O que a ti caberá será
apenas escolher
O ego em gigantismo dos homens
ou a mais pura humildade
no gesto que farão os olhos
quando, por um instante, nos pusermos
a ver e querer
Fabiano Martins
do jovem Raskólnikov
com o evangelho na mão
com a exata compreensão
de que os crimes não são em vão
Com o mesmo ímpeto
on the road
para ir pra onde quiser
Com a mesma vontade
de fazer da Tristessa
sua mulher
Um jovem nômade
pôs-se a não se publicar
a guardar para si
os romances inverossímeis
que produzia
em contra partida a tudo que lera
e ouvira
Tinha o mesmo desejo
de Rodka
com a machadinha na mão
Queria se apaixonar por quem vende o corpo
sem nunca ter comprado nada para si
sem nunca ter provado
o humano elixir
Para assim apenas coexistir
Desejava o que lhe pulsava
tal qual Napoleão na Rússia
tal qual a sofreguidão de Bismark na Prússia
ou de Sun Tzu ao amanhecer
Ter o sol pela metade,
é saber parte da verdade e preferir não dizer
É conhecer o caminho mais difícil
onde não lhe açoite o medo de morrer,
Fechar os olhos é impossível,
mas talvez a única opção
posto que a condição humana é dura
tudo está cirscunspecção
Posto que não te queres matar
e disso tudo mais,
sobrará para quem amou a vida livremente
um dia, como Svidrigáilov, subitamente
a deixar para trás
Mas não se assuma mau assim
Pois o trem de raul
toma lugar enfim
e para sempre nos leva
afinando ouvidos
levando reservas
Assente calmo a visão que lhe dá
- Pode ser o lusco-fusco fugaz
o que na vida lhe dará lugar -
O que a ti caberá será
apenas escolher
O ego em gigantismo dos homens
ou a mais pura humildade
no gesto que farão os olhos
quando, por um instante, nos pusermos
a ver e querer
Fabiano Martins
terça-feira, 2 de novembro de 2010
Pra mim, chega!
"Tenho saudade, como os cariocas, do dia em que sentia e achava que era dia de cego. De modo que fico sossegado por aqui mesmo, enquanto durar. Pra mim, chega! Não sacudam demais o Thiago, que ele pode acordar"
Torquato Neto
Torquato Neto
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
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