Guardava a lingua na boca
e quando ela finalmente aparecia
estava vermelha
olhos ferinos
cuspia
virava-se
Olhos notívagos
discrepantes
cansados
Olhos de lembrar
um amor do passado
tirava a língua da boca e cada vez que tossia
manchava o pano
em suas mãos
nos termos dados, escondidos,
nos amores assaz renegados,
nas juras de ódio, no cais interno
ferido
para que fossem feitas diretrizes corretas
para que o amor
fosse visto em tons de violeta
e na roleta russa
do tempo
atentar contra a própria vida
manchada de vermelho
feito a sua língua
De tanto fumar cigarros,
o bem dos sorrisos tornou-se passado
de tanto fumar cigarros o pulmão
passivo
se viu
achatado
cinza
poluído,
amor demais, feito o vício
acata ordens insanas
nos divide, nos mata,
nos engana.
Fabiano Martins
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