Às vezes,
reclamo sobre a transitividade exagerada de viver.
Olhar, captar e descartar
(descartar para compreender).
Neste processo, ver é deixar de ver.
A gente se adapta ao dinamismo da vida.
Não sei se vício ou virtude,
mas há vicissitude presente naquilo que venho a ser.
Portanto, escrever é reter
quem fui e o que abandonei.
Tenho a impressão que talvez não exista clímax.
E, mesmo convicto da existência de finais,
vivo de inícios.
Fabiano Martins
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