sexta-feira, 3 de maio de 2013

Irmãos

Os irmãos que se odeiam
não se odeiam, absolutamente!
Não se entendem e se desmedem por serem filhos
dos mesmos pais, partes diferentes da mesma semente,
metamorfoses da natureza presente.
Os irmãos que se odeiam 
anseiam pelo perdão,
por sua dor diminuída,
por salvação.
São partes de um todo imaterial,
ligados por uma força incomutável;
são díspares e iguais.
Os irmãos que se odeiam se amam
e querem o bem para o outro,
e, certamente, velarão inconsoláveis seu caixão.
Mas não se entendem em vida por que são partes diferentes - anti-matéria e matéria.
Embora sintam o mesmo medo das coisas mundanas
e vivam intensamente
de forma igual
a mesma
solidão.

Fabiano Martins

2 comentários:

  1. Quanto tempo perdem os irmãos que se odeiam...

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  2. Vejo isso na família do meu pai, falsidade descarada e cotidiana!
    Bela obra!
    Grande abraço e sucesso!

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