Por tantos amares, promessas, embrenhei meus cabelos
por tantos seios, flores, que suguei botões
e borderões abandonados à esmo no fim de um caso
Por cada jura e promessa sincera que tive e que fiz
pelas situações constrangedoras que passei
e julguei ser melhor passar por elas
E tudo mais que tive proveniente do coração
veio a vida me dar a mão e me dizer
que tudo vai
O rio corre e o inverno chegará novamente ano que vem
O calor é questão de tempo
e o furor da paixão vai consentir felicidade no momento certo
Não se pode querer além do que se quer
e nem se ter mais do que se tem
a facilidade de aceitar que o amor acaba
é a mesma de saber que a morte nos assaltará qualquer dia
e disso vivo me queixando
e nisso vivo os mesmos erros
ciúmes, delitos, sobriedade e exagero
humano como qualquer
pessoa
infindável nas minhas complicações,
mas chega de falar de mim.
Fabiano Martins
terça-feira, 31 de agosto de 2010
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
Reservas
De que vale a palavra errante
esta voz soluçante
este resto de amor
De que vale a voz que soa rouca
que se perde pela boca
e espalha-se pelo chão
Aonde há, que não dentro do nosso coração,
razão para abandonar
o abandono inevitável
de tudo
Aonde há validade maior, que não
nas olheiras escondidas,
no sono contínuo,
nas reservas dos dias e das horas
O que sobrará do meu tipo calado
quando, por um caminho enveredado,
saltar do pier deste presente regado
feito chuva do céu?
Andemos, pois, fechados
sem nos dar demasiado
e atestemos vida enfadonha e tranquila
Porém, desaprovemos o amor
que envergonha
que nos atira expostos a outros rostos
à frente, atrás, de onde nunca estivemos
Este amor que comprova-nos humanos
esguios, tremulantes, vazios
extremos a todas as horas,
deixemos, pois, este amor doentio lá
fora
e embora o arrepio seja inevitável,
cala-te e observas o fim derradeiro de todas
as tuas reservas
Fabiano Martins
esta voz soluçante
este resto de amor
De que vale a voz que soa rouca
que se perde pela boca
e espalha-se pelo chão
Aonde há, que não dentro do nosso coração,
razão para abandonar
o abandono inevitável
de tudo
Aonde há validade maior, que não
nas olheiras escondidas,
no sono contínuo,
nas reservas dos dias e das horas
O que sobrará do meu tipo calado
quando, por um caminho enveredado,
saltar do pier deste presente regado
feito chuva do céu?
Andemos, pois, fechados
sem nos dar demasiado
e atestemos vida enfadonha e tranquila
Porém, desaprovemos o amor
que envergonha
que nos atira expostos a outros rostos
à frente, atrás, de onde nunca estivemos
Este amor que comprova-nos humanos
esguios, tremulantes, vazios
extremos a todas as horas,
deixemos, pois, este amor doentio lá
fora
e embora o arrepio seja inevitável,
cala-te e observas o fim derradeiro de todas
as tuas reservas
Fabiano Martins
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
A palo seco
Se você vier me perguntar por onde andei
No tempo em que você sonhava
De olhos abertos lhe direi
Amigo, eu me desesperava
Sei que assim falando pensas
Que esse desespero é moda em 73
Mas ando mesmo descontente
Desesperadamente eu grito em português
Tenho 25 anos de sonho e de sangue
E de América do Sul
Por força desse destino
O tango argentino me vai bem melhor que o blues
Sei que assim falando pensas
Que esse desespero é moda em 73
Eu quero que esse canto torto
Feito faca corte a carne de vocês
Belchior
No tempo em que você sonhava
De olhos abertos lhe direi
Amigo, eu me desesperava
Sei que assim falando pensas
Que esse desespero é moda em 73
Mas ando mesmo descontente
Desesperadamente eu grito em português
Tenho 25 anos de sonho e de sangue
E de América do Sul
Por força desse destino
O tango argentino me vai bem melhor que o blues
Sei que assim falando pensas
Que esse desespero é moda em 73
Eu quero que esse canto torto
Feito faca corte a carne de vocês
Belchior
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