segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

Das chuvas


Das chuvas, trago fulgor.
Das chances, tiro lição. 
Das mortes, lembro da vida. 
Na vida sinto tesão.
Paixão que de sorte alimenta 
e de azar quer se alimentar. 
Palavras não servem de nada. 
Palavras te podem matar... 
eu sinto é pena do mundo 
mas não tenho outro lugar. 
Mergulhado na água me acalmo. 
Água do ventre e do mar. 
Do passado é de onde observo 
um futuro a se auto-fazer. 
Não posso, não devo, 
sobretudo, não nego: 
eu sou todo querer.


Fabiano Martins 

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