quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Pé ante pé

 

Parecia se misturar com as partículas de ar 
e meio que desaparecia.
Era como se existisse ao mesmo tempo 
em vários lugares e vivesse o mesmo momento - 
o que sugeria um tipo de sorte que não precisa senão do caos.
Era como se não houvesse diferença entre morte e transcendência.
Como se não quiséssemos viver de acordo com a ciência,
e tal se imaginássemos poesia das piores vilanias 
- o que de fato fazemos.
Era o olhar tranquilo daquela criança que passeava sorrindo, 
resumindo naquele instante (sem ter consciência alguma)
a história ancestral 
dos habitantes daquele planeta.
Pé ante pé.


Fabiano Martins.

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