domingo, 22 de novembro de 2015

depoimento

A minha vaidade quer
a tua resolução convém
as palavras perdem seus sentidos
pessoas alimentam-se do desdém

Não caibo nas ruas pequenas,
nas vielas estreitas em que me condicionei a andar.
Não quero as coisas perfeitas
pois que estas são feitas para acabar.
Acabo por querer o que tive,
quando tudo o que tenho já quis.
Estou vivo quando me arrependo
quando dentro desta casa, lendo,
penso na imensidão,
penso no amor que tenho pelas coisas rotas
que se esfarrapam pelo caminho,
pela faísca morta dos tesouros vindos.


Fabiano Martins

2 comentários:

  1. Me indetifico nesses diálogos internos e questionamentos.
    Expandir-se e transcender-se.

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  2. Que belo, Fabiano.
    "Não quero as coisas perfeitas
    pois que estas são feitas para acabar"

    Muito tempo que não vinha aqui, bom encontrar tanta coisa para alimentar a veia.

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