Não é o mar; é o desejo pelas coisas que passam.
Possui uma beleza infinita, a inconstante matéria;
me faz acreditar que possuo nomes que não são meus.
Eu sou um ser dividido entre
as coisas em que acredito
e outras tantas que não vou acreditar.
Atenho-me e me apego a sorrisos,
bem como a choros e aos seus precipícios,
(bem como ao barulho do mar).
Não temo a dor, posto que ela existe
mas temo a servidão sem finalidade.
Procuro - temente a tudo isso -
a incompreendida primeira liberdade.
Fabiano Martins
terça-feira, 17 de junho de 2014
Aquela luz
A morte nos fez irmãos em vida,
minha querida.
Em Vida.
A noite nos fez acreditar na mentira que é o dia.
A definição é por fim o que, em si, encerra significado.
Sou de uma inspiração perversa e insípida
Para olhares que não sejam de poetas.
A Vida é nossa poesia, minha querida,
a morte é nossa mãe mentirosa.
Raivosa, ela nos ensina sobre aquilo que falta.
A noite é uma megera ríspida e sinuosa:
nos traz o gosto bom no amargo;
nos faz temer o que se esgota.
Fabiano Martins
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