o olhar que me pões,
as palavras que se dizem,
os perplexos das multidões.
Estou a olhar,
quem eu sou já não é mais.
Tenho-me longe na espera infinda
(de um querer chegar jamais recompensado).
A noite, assim, é linda:
as partículas de um dia maculado,
se aquietam quando cai o sol,
quando deitas aqui bem do meu lado.
Me tenho longe com infinita aflição!
Quero entender (justaposto à natureza oblíqua desta reflexão)
os saberes de quem sabe que não há nada
que seja capaz de se fazer perceber com exatidão.
A busca enfim é do caminho
o caminho é a falta que me dá,
o caminho é do olhar que me pões,
daquilo que eu sou
e que não sou mais.
Fabiano Martins