Eu escrevi uma banalidade.
O que posso dizer?
Não lhe digo do amor que há em escrever,
nem da dureza que há em existir.
Não lhe digo sobre o pequeno, o ínfimo momento no qual estive feliz.
Escrevo umas palavras, sabe?
São banalidades.
Estão suscetíveis a perecer sob o tempo - um tempo que é só sensação.
Mas não estou só (por enquanto).
Esta noite não estive triste.
Por algum motivo a química de hoje me fez feliz.
Por algum motivo vivo este segundo como alguém que vê beleza na vida.
A beleza de dizer estas palavras.
A trivialidade destas coisas românticas.
Esses cânticos, afinal, de amor de poeta.
Escrevi, pois, da minha alma: uma ideia cativa fez-se liberta.
Um pequeno descanso.
Eu me deitarei e amanhã hei de levantar.
Minhas mãos se erguerão aos céus na esperança de existir.
Ou talvez apenas beba todo o meu café.
Fabiano Martins