sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Noite e Dia

Quero abandonar a dúvida
em benefício da certeza vã
e efêmera.
Ser, portanto, menos sedento de tudo.
Quero.
Entretanto, a madrugada favorece o pensamento alheio,
a contemplação a partir de tudo que se quer dizer.
A madrugada me fez querer a nescidade.
Enquanto o dia me fez querer a sanidade.
Mas talvez, apenas porque,
à noite,
as coisas ganhem proporções demasiadas,
principalmente, no que diz respeito 
àquelas que nos deixam menos atentos
e mais prolixos,
mais distantes e descompromissados com 
a realidade aportada em nossas terras pelos outros.
Talvez porque a noite seja um terreno fértil para 
as ideias furtivas e transcendentais.
Então talvez por isso eu queira abandonar a dúvida
em prol de um benefício,
de uma certeza que hei de fazer de ofício,
e, assim, bramir com a credulidade rasa que me permite o mundo, 
as vitórias opacas que com certeza surgirão nesse futuro.
E porque sei que tudo é fruto da tristeza fugidia, 
que tudo isso irá mudar ao meio dia,
não cedo ao abandono que se insinua.
Pois se fosse assim a paz que vejo nos olhos, 
quando realmente me vejo, 
essa paz não mais
em meus olhos
estaria.


Fabiano Martins

5 comentários:

  1. Palmas!!!
    Se possível retire as letrinhas do comentário, elas além de não ter utilidade, afasta leitores.
    Beijos!!

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  2. Acho que a única maneira de abandonarmos totalmente a dúvida, é abandonando totalmente a existência; não a vida,pois é impossível, mas a existência.

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  3. E às vezes tudo acaba sendo dúvida mesmo...
    Belas palavras.

    Beijos ;*
    changesl.blogspot.com.br -

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